terça-feira, 26 de junho de 2012

Presente de Deus é simples. É amor.



Damos, muitas vezes, nomes diferentes às coisas: O que para mim são rosas, vós chamais de espinho. 


Isso é tudo o que preciso essa noite: uma cruz para abraçar, Palavra para me alimentar, e uma rosa, exalando perfume de Deus.


'Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto do meio do sofrimento como do meio da alegria. Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus.'(Santa Teresinha)


Eu não morro, entro na vida (Santa Teresinha)

segunda-feira, 25 de junho de 2012


“Menosprezai vossas tentações e não vos demoreis nelas. Imaginai estar na presença de Jesus. O crucificado se lança em vossos braços e mora no vosso coração. Beijai-Lhe a chaga do lado, dizendo: ‘Aqui está minha esperança; a fonte viva da minha felicidade. Seguro-vos, ó Jesus, e não me aparto de vós, até que me tenhais posto a salvo’”

(Padre Pio)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Como se vestir para ir à Santa Missa?


Tendo, sucintamente, refletido sobre a importância da Santa Missa, reflitamos, agora, a respeito da vestimenta para a Santa Missa, onde, conforme indicado pelo Catecismo da Igreja Católica (n. 1387): "A atitude corporal - gestos, roupa - há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede."
E ainda:

“A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.
O pudor protege o mistério das pessoas e de seu amor. [...] O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir. Mantém o silêncio ou certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã. Torna-se discrição.
Existe um pudor dos sentimentos, como existe o do corpo. O pudor, por exemplo, protesta contra a exploração do corpo humano em função de uma curiosidade doentia (como em certo tipo de publicidade), ou contra a solicitação de certos meios de comunicação irem longe demais à revelação de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes.
As formas revestidas pelo pudor variam de uma cultura a outra. Em toda parte, porém, ele permanece como o pressentimento de uma dignidade espiritual própria do homem. O pudor nasce pelo despertar da consciência do sujeito. Ensinar o pudor a crianças e adolescentes é despertá-los para o respeito à pessoa humana.” (Catecismo da Igreja Católica n.2521-2524).

Pergunta-se: é certo usar roupas que expõem o corpo de forma escandalosa, como decotes, shorts curtos ou blusas que mostrem a barriga? Para a Santa Missa, tais vestimentas não são adequadas. Portanto, convém que se evitem também tudo o que contraria, como afirma o Catecismo, a alegria, a solenidade e o respeito - isto é, banaliza o momento sagrado.
O bom senso nos mostra, por exemplo, que partindo do princípio da solenidade, é melhor que se use uma calça do que uma bermuda. O bom senso nos mostra também que, partindo do princípio do respeito e da não-banalização do sagrado, é melhor que se evitem roupas que chamem atenção para o corpo ou para elementos não relacionados com a Sagrada Liturgia. É melhor que uma mulher, por exemplo, utilize uma blusa com mangas; é melhor que utilize uma calça discreta, saia ou vestido; também é melhor que se utilize, por exemplo, uma camisa ou camiseta discreta do que uma camiseta de um time de futebol.
No caso da mulher, a sociedade e a mídia oferecem tendências de modas que provoquem os homens ao pecado. Porém, é de suma importância que se saiba dar o valor ao corpo que lhe é devido. “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. [...] Quem conheceu o pensamento do Senhor, para que O possa instruir? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.” (ICor 2, 14-16).
Quando mais o corpo for encoberto de forma elegante e bela - cabe ressaltar que não se trata de impor o uso de burkas, por exemplo – mais revestida de modéstia a mulher estará, sem ser ocasião de pecado, uma vez que, quanto mais se mostra o corpo, mais se esconde a alma. Moda e modéstia devem andar de mãos dadas como duas irmãs, porque ambas as palavras têm a mesma etimologia: elas derivam do latim “modus”, significando a medida certa, e qualquer desvio em uma direção ou outra é considerada não reta, não razoável. Mas a modéstia não é algo apartado da moda.
Os diversos sinais e símbolos litúrgicos (paramentos, velas, incenso, gestos do corpo), partem da necessidade de se manifestar com sinais externos a fé católica a respeito do que acontece no Santo Sacrifício da Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é obviamente fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro.
 
A este respeito, escreveu o saudoso Beato Papa João Paulo II: "De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da Presença Real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo. [...] Numa palavra, é necessário que todo o modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros e dos fiéis seja caracterizado por um respeito extremo." (Mane Nobiscum Domine, 18)
Concluímos com as palavras de São Josemaria Escrivá em uma de suas homilias, recordando seus tempos de infância: "Lembro-me de como as pessoas se preparavam para comungar: havia esmero em arrumar bem a alma e o corpo. As melhores roupas, o cabelo bem penteado, o corpo fisicamente limpo, talvez até com um pouco de perfume. Eram delicadezas próprias de gente enamorada, de almas finas e retas, que sabiam pagar Amor com amor."
Afirma ainda: "Quando na terra se recebem pessoas investidas em autoridade, preparam-se luzes, música e vestes de gala. Para hospedarmos Cristo na nossa alma, de que maneira não devemos preparar-nos?" (Homilias sobre a Eucaristia, Ed. Quadrante)


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Símbolos Litúrgicos



O ser humano é, ao mesmo tempo, corporal e espiritual. É matéria e espírito. Sua percepção, pois, das realidades espirituais depende de imagens e de símbolos. Em todas as civilizações e culturas e em todos os momentos da história, esse fato é averiguado, sem discussões. O homem percebe as coisas pela linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e se situa - ele próprio - no mundo do mistério. Tendo consciência de sua realidade transcendente, o homem busca, pois, a comunhão no mistério, que se dá, sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos.
De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma realidade que os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do mistério, apontando para além deles próprios. Por aqui se pode perceber o quanto é útil e necessária na liturgia esta linguagem misteriosa dos símbolos, e eles não têm, como objetivo, explicar o mistério que se celebra, pois o mistério é para ser vivido, muito mais do que explicado. A finalidade dos símbolos é enriquecer, na linguagem simples das coisas criadas, a expressão profunda do mistério, que é invisível. Todo símbolo litúrgico deve, pois, mergulhar-nos na grandeza do mistério, sem reduzir este, e sem banalizá-lo, e, como símbolo, deve ser simples, como simples é toda a criação visível. Sua principal função, sobretudo na liturgia, é, pois, comunicar-nos aquela verdade inefável, que brota do mistério de Deus e que, portanto, não se pode comunicar com palavras. E a liturgia é descrita como ação simbólica, no sentido mais pleno. Desde a assembléia reunida até a pequenina chama da vela que arde, tudo é expressão simbólica, que nos remete ao abismo do mistério de Deus e à celebração da Santa Eucaristia, Corpo de Cristo. Na compreensão desse dado litúrgico está a beleza de todo ato celebrativo, e de sua consciência brota já a alegria pascal, como antecipação sacramental das alegrias futuras, definitivas e eternas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Santa Missa

Revmo. Pe. Douglas Pinheiro Lima - Paróquia São Lucas

"O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece à Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor. A Eucaristia é o milagre supremo do Salvador; é o Dom soberano do Seu amor." (São Tomás de Aquino)

"A Santa Missa é a obra na qual Deus coloca sob os nossos olhos todo o amor que Ele nos tem; é de certo modo, a síntese de todos os benefícios que Ele nos faz."  (São Boaventura)

"Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo, com uma devoção e amor acima do entendimento dos Anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a salvação da humanidade." (Santa Matilde)

O Catecismo da Igreja Católica (n. 1358)  nos diz que devemos considerar a Missa:
- como ação de graças e louvor ao Pai;
- como memorial sacrifical de Cristo e de seu corpo;
- como presença de Cristo pelo poder de sua palavra e de seu Espírito.

A Santa Missa é a renovação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pagou pelos nossos pecados na cruz. Tal Sacrifício se torna presente na Santa Missa no momento em que o pão e vinho tornam-se verdadeiramente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor (Catecismo da Igreja Católica, 1373-1381). O Santo Sacrifício da Missa é incruento (ou seja, sem sofrimento nem derramamento de sangue), ou seja, é o mesmo e único Sacrifício do Calvário, tornando-se verdadeiramente presente na Santa Missa para que possamos receber os seus frutos e nos alimentar da Carne e do Sangue de Nosso Senhor. Por isso o Sagrado Magistério nos ensina que "o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício." (Catecismo da Igreja Católica, 1367)
Portanto, “a Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”. (Catecismo da Igreja Católica, n. 1324).

A fé na presença real, verdadeira e substancial de Cristo na Eucaristia assegura-nos que ali está o mesmo Jesus que nasceu da Virgem Maria, que viveu ocultamente 30 anos em Nazaré, que pregou a Boa Nova aos homens, morreu na cruz, ressuscitou e subiu aos Céus. É este mesmo Jesus que está presente em todas e cada uma das hóstias consagradas e em cada uma de suas partes ou mínimas partículas.
A Santa Missa é o acontecimento fundamental da nossa fé, de importância excepcional e singular; um momento de encontro particular com o próprio Deus que vem ao nosso meio por amor e misericórdia e se faz alimento para renovar-nos espiritualmente, para dar sentido ao nosso caminho, para ser a vida que transborda e fonte de toda Santidade.

“A felicidade que vocês procuram, a felicidade que têm o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só Ele dá a plenitude de vida à humanidade.” (BENTO XVI, palavra dirigida aos jovens reunidos em Colônia logo na festa de acolhimento, junto ao rio Reno)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entrevista - Uso do véu


Que coisa mais linda! A querida Barbara Lores do blog Donzela Cristã quis fazer uma entrevista comigo. Deus sabe que não sou merecedora. Quero ser somente Teu sacrário vivo.
Aí está. Adorei! Deus abençoe, irmã! Beijos! Caah
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Hoje o DC apresenta uma entrevista com a Carina, donzela muito amável que escreve no blog Servindo por Amor a Deus e a IgrejaEstudante do Curso de Administração de empresas, cantora e membro da Renovação Carismática Católica, ela nos concedeu esta singela, mas profunda entrevista.

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DC - Carina, primeiramente, quem é você? (risos)
De onde você é, quantos anos têm, o que faz...?

Carina Caetano - Bom, me chamo Carina Caetano (prazer! =]). Sou de Osasco/SP.
Tenho 21 anos e já uso véu há quase 2 anos.
Sou da Paróquia São José, do Padre Marcos Funchal, Diocese de Osasco.

 

Revmo. Pe. Marcos Funchal


DC - Você desempenha alguma atividade na sua paróquia?

Carina Caetano - Então, atualmente só canto nas missas paroquiais e diocesanas,
mas juntamente com um seminarista criei um coral há 2 anos que hoje caminha sem mim
para as missas. Cantam em português e em latim tbm em missas tridentinas que acontecem na paróquia.
Eu era regente, mas por conta das correrias do último ano da faculdade, não tenho acompanhado tãão de perto.

DC - Entendi. Você faz faculdade de que?

Carina Caetano - Faço Administração de Empresas na Universidade Presbiteriana Mackenzie de SP. Estou no último ano, trabalho em uma indústria de compressores, no departamento de Marketing.
Não é questão de Me engrandecer, mas já ouvi diversas "historinhas" de que quem usa véu é atrasado na vida, não consegue nada... Pura balela. O véu não significa andar para trás, vai muito além disso... É andar pra frente, é reaver um sacramental até então não tão lembrado. É reconhecer o sagrado em si mesmo, pois somos templo do Espírito Santo (1 Cor 3,16) 

DC - É incrível mesmo o jeito com o qual as pessoas infelizmente julgam o piedoso uso do véu. Você sempre foi a favor?

Não. A princípio era contra. Lembro que há uns anos atrás, meu pároco deu uma formação sobre o véu. Não sei se eu era muito avessa ao assunto ou se não consegui ver profundidade no tema, mas não gostei. Fiquei um tempão sendo contra, mas  eu adoro desafiar a Deus... (risos)
Tudo aquilo que não entendo ou não concordo, tento procurar respostas, argumentos. E foi aí que comecei a procurar na internet sobre o assunto. Vi várias coisas, vários testemunhos no blogVelatam ad Dei Gloriam
e fui me interessando. Me lembro que procurei ajuda com um seminarista da paróquia, hoje padre, Douglas Pinheiro, o qual me instruiu a estudar mais e aí a coisa reverteu! (risos) Ao invés de ser contra, comecei a ser totalmente a favor e, inclusive, com textos e citações bíblicas, significados trazidos do Catecismo da Igreja Católica (CIC), desenvolvi uma apostilazinha simples sobre o assunto
a qual estou aos poucos divulgando no meu blog.
Além disso, muitas mulheres pedem aos padres mais explicações e tenho dado algumas palestras formativas sobre o assunto. O legal é que, além do véu, outros assuntos também vem a tona
como modéstia, modo de se vestir, símbolos litúrgicos, importância da Santa Missa... É sempre muito proveitoso. O véu acaba se tornando uma transformação na vida. Na sexualidade, afetividade,
na dignidade da mulher, na importância dela. No reconhecimento do seu papel  na sociedade.
na igreja e em casa... Às casadas: dona de casa, educadora, mãe e esposa.


DC - Muito bom! Adorei seu testemunho, Carina. O que você diria para as moças que, como eu e você, usam o véu sozinhas em suas paróquias?

Carina Caetano -  Primeiro de tudo: O véu não significa santidade de quem o usa. Se fosse assim, meu Deus!! Estava perdida!!! (risos) É o contrário. É admitir-se necessitada de Deus, de sua misericórdia.
Muito mais do que os nossos pecados, é sermos submissas à Vontade Dele para que Ele olhe o desejo do nosso coração em servir. É despir-se da nossa vaidade (afinal toda mulher adoora um cabelo de chapinha! risos).Ou que sentem no coração um chamado. Atenção: o véu não é obrigatoriedade às moças que usam. Não dá mais ou menos importância a quem usa ou deixa de usar. É um chamado a ter uma intimidade maior com o Senhor na Santa Missa. É guardar-se.
Eu às vezes tinha vergonha de usar. Hoje não mais. Contudo, em algumas missas não vejo ninguém usando e dá um friozinho... (risos) Mas, não deixo de usar por isso. Depois de um tempo, torna-se costume e o fato de deixar de usar causa uma "falta". Parece q falta algo para nos completar.
Portanto é isso: Força, coragem, fé e testemunho. Muito mais do que um véu bonito na cabeça (tenho uma coleção deles... risos), é essencial um coração sincero que queira adorar a Deus, ser templo do Espírito Santo, ser a representação da Noiva de Cristo que aguarda ansiosamente a sua nova Vinda.

DC -  Para finalizar, você poderia deixar alguma mensagem para aquelas que gostariam de usar o véu, mas não tem coragem ainda?

Carina Caetano - Às que não usam. Sejam ousadas! Estudem sobre o assunto, vejam fotos, vídeos... A internet tem sido um meio eficaz de evangelização. Isso nos fortalece na fé, nos dá ânimo novo de servir.
Às jovens, principalmente, é muito gratificante ouvir das pessoas dizendo "nossa, que belo testemunho".
É algo simples, mas de entrega verdadeira que agrada o Coração de Deus. A cada vez que levanto o véu sobre os cabelos sinto Jesus tocando meus pensamentos, minhas atitudes, meu coração.
E quando olho uma imagem de Nossa Senhora... Suspiro e digo: "Obrigada Mãe. Faz-me ser como a Senhora: Virgem do Silêncio, Sacrário Vivo de Cristo, Santa, Fiel. Intercede por mim".
Não há nada que pague isso tudo!

"No começo, eu era contra o uso do véu. Mas aos poucos fui estudando e me aprofundando no assunto e assim descobri quanta riqueza de significado há no uso piedoso do véu. (...) O véu não significa santidade da parte de quem usa, mas sim submissão àquele que é o Santo dos Santos. Não atribui soberania, mas sim submissão ao Deus soberano. Temos explicado tal significado às mulheres que se sentem chamadas à tal. Não é de uso obrigatório, mas àquelas que sentem no coração este desejo de, na sua pequenez, serem símbolo da Noiva que aguarda ansiosamente pelo Esposo. (...) Há grande riqueza de significados no uso do véu, piedosamente. Bendito seja Deus por permitir esta devoção, livre e completa, para a minha vida."


Desuso do Véu: Contexto histórico



Nestes últimos anos têm-se delineado novas tendências na abordagem do tema da mulher. Uma primeira tendência ressalta fortemente a condição de subordinação da mulher, procurando criar uma atitude de contestação. A mulher, para ser ela mesma, apresenta-se como antagônica do homem. Aos abusos de poder, responde com uma estratégia de busca do poder. Tal processo leva a uma rivalidade entre os sexos, onde a identidade e o papel de um são assumidos em prejuízo do outro, com a conseqüência de introduzir uma desordem, que tem o seu revés mais imediato e nefasto na estrutura da família.

Tal resultado tão atual e, muitas vezes, inconscientemente vivido, é conseqüência histórica de diversas revoluções sociais e morais desencadeadas na década de 1960 até hoje: o feminismo (1960 até a atualidade, em suas diversas ‘ondas’), que tem por meta alcançar os direitos a uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero feminino x masculino; a revolta estudantil (1968) que objetivava manifestar-se contra um sistema repressor e antiquado de ensino; os movimentos hippies (1960-70) que contestavam a sociedade e questionavam os valores tradicionais, adotando um modo de vida comunitário; a revolução sexual (1960) que é uma perspectiva social que desafia os códigos tradicionais comportamento relacionados à sexualidade humana e aos relacionamentos interpessoais.

Estes são alguns exemplos relevantes de fatores que modificaram o modo de pensar da sociedade, e, conseqüentemente, essas revoluções morais/sociais repercutiram dentro da Igreja.
Após o Concílio Vaticano II (década de 1960), que tinha como objetivo dar uma nova orientação pastoral à Igreja e uma nova forma de apresentar e explicar os dogmas católicos ao mundo moderno, mas sempre fiel à Tradição, muitas práticas litúrgicas tornaram-se facultativas: o uso de batina dos padres, o uso do latim nas missas e também o uso do véu, por exemplo.


Sendo assim, tais práticas facultativas, pouco a pouco, tornaram-se sinônimos de uma quase proibição, uma vez que, o movimento feminista, cada vez mais, busca a igualdade das mulheres perante os homens. Partindo da necessidade dos indivíduos verificarem visualmente o alcance deste objetivo é que o uso do véu, no Ocidente, tornou-se escasso, já que atrelava-se o desuso do véu à um alcance de igualdade. A ideologia feminista fez o véu ser visto de uma forma que a Santa Igreja nunca o fez: um símbolo da opressão machista, denegrindo a dignidade da mulher.


terça-feira, 5 de junho de 2012

A colaboração da mulher na Igreja



A colaboração da mulher na Igreja
                             Por Carina Caetano



Existe na mulher a capacidade física de dar a vida. Vivida ou potencial, essa capacidade é uma realidade que estrutura em profundidade a personalidade feminina. Permite-lhe alcançar muito cedo a maturidade, sentido da gravidade da vida e das responsabilidades que a mesma implica. Desenvolve em si o sentido e o respeito do concreto, que se opõe às abstrações, muitas vezes mortais para a existência dos indivíduos e da sociedade. É ela, enfim, que, mesmo nas situações mais desesperadas — a história passada e presente são testemunho disso —, possui uma capacidade única de resistir nas adversidades; de tornar a vida ainda possível, mesmo em situações extremas; de conservar um sentido tenaz do futuro e, por último, recordar com as lágrimas o preço de cada vida humana.
Entre os valores fundamentais relacionados com a vida concreta da mulher, existe o que se chama a sua “capacidade para o outro”. Não obstante o fato de um certo discurso feminista reivindicar as exigências “para ela mesma”, a mulher conserva a intuição profunda de que o melhor da sua vida é feito de atividades orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento, a sua proteção.
No que diz respeito à Igreja, o sinal da mulher é eminentemente central e fecundo. Depende da própria centralidade da Igreja, que o recebe de Deus e acolhe na fé. É esta identidade “mística”, profunda, essencial, que se deve ter presente na reflexão sobre os papéis próprios do homem e da mulher na Igreja.
A existência de Maria é um convite à Igreja para basear o seu ser na escuta e no acolhimento da Palavra de Deus, porque a fé não é tanto a procura de Deus por parte do ser humano, mas é, sobretudo, a aceitação por parte do homem de que Deus vem até ele, visita-o e fala-lhe.
Sempre em Maria, a Igreja aprende a conhecer a intimidade de Cristo. De Maria, a Igreja aprende o sentido do poder do amor, como Deus o exerce e revela na própria vida do Filho.
Olhar para Maria e imitá-la não significa, todavia, voltar a Igreja a uma passividade inspirada numa concepção superada da feminilidade, e condená-la a uma vulnerabilidade perigosa, num mundo em que o que conta é, sobretudo, o domínio e o poder. Na verdade, o caminho de Cristo não é nem o do domínio (cf Fil 2,6), nem o do poder como o entende o mundo (cf Jo 18,36). Do Filho de Deus pode aprender-se que esta “passividade” é, na realidade, o caminho do amor; é um poder régio que derrota toda a violência; é “paixão” que salva o mundo do pecado e da morte e recria a humanidade. Confiando ao apóstolo João a sua Mãe, o Crucificado convida a sua Igreja a aprender de Maria o segredo do amor que triunfa.
As mulheres, portanto, são chamadas a serem modelos e testemunhas insubstituíveis para todos os cristãos de como a Esposa deve responder com amor ao amor do Esposo, manifestando o rosto da Igreja como mãe dos fiéis.

Inspirados pela dignidade comum e no recíproco reconhecimento e colaboração do homem e da mulher na Igreja, como imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26), cada um segundo a graça que recebeu, é que, guiados pelo Espírito Santo, faremos uma breve reflexão sobre o uso piedoso do véu de forma a exaltar Jesus Cristo, recordando uma tradição por anos esquecida, porém atualizada no Senhor que renova todas as coisas (Ap 21,5).