3º Motivo: Escolheste, por
asilo, o Altíssimo (Sl 90, 9)
“Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do
Onipotente, dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que
eu confio. É ele quem te livrará do laço
do caçador, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas
asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção. Tu não
temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste
que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens à
tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido. Porém verás com
teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores, porque o Senhor é
teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.” (Sl 90, 1-9)
Esta leitura, por si só, é
auto-explicativa. Quando se falava de sombra, pode-se imaginar uma grande rocha
projetando sua sombra sobre as areias de um deserto sob o sol escaldante. Ali, os
andarilhos poderiam se abrigar da luz e do calor do sol e ter um momento de
refrigério e alívio. Refúgio é um lugar para onde se foge em meio a uma guerra
ou perseguição. Fortaleza é um local onde se busca proteção e segurança em
tempos de perigo e ameaça. A proteção do Altíssimo é um lugar onde podemos nos
abrigar de ventos e tempestades da vida que se levantam contra nós. É um
esconderijo onde podemos nos ocultar de nossos inimigos. É uma sombra onde
podemos ter um momento de refrigério e alívio. Escolher o Altíssimo é estar em
constante comunhão com Deus para, assim, desfrutar de abrigo, esconderijo,
sombra, proteção e segurança em meio à tribulação. Note que estar com Deus não
nos livra de tribulações. Aquele que confia, entrega. Aquele que entrega, descansa.
Aquele que descansa, espera. Assim, Deus é abrigo para aqueles que, tendo
comunhão com Ele, confiam, se entregam e descansam nele.
Na Santa Igreja, deixamos os problemas do mundo para trás a fim de nos
abrigarmos à sombra das asas do Altíssimo, pois seu jugo é suave e seu
peso é leve (Mt 11,30). Ao
nos encontramos em frente a essa instituição divina, ficamos a um passo desse
manancial de misericórdias. Colocamos, então, o véu que representa a fina
distinção do ambiente de onde vimos para aquele onde adentramos.
O véu é um recolher-se de si
mesmo e abrir-se à intimidade com o Senhor. É confiar e entregar tudo a Ele
para que este possa majestosamente imperar sobre o nosso ser, por inteiro.
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