quarta-feira, 11 de julho de 2012

Por que usar o véu? [3]


 3º Motivo:  Escolheste, por asilo, o Altíssimo (Sl 90, 9)


“Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente, dize ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio.  É ele quem te livrará do laço do caçador, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te será um escudo de proteção. Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia. Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua direita, tu não serás atingido. Porém verás com teus próprios olhos, contemplarás o castigo dos pecadores, porque o Senhor é teu refúgio. Escolheste, por asilo, o Altíssimo.” (Sl 90, 1-9)


Esta leitura, por si só, é auto-explicativa. Quando se falava de sombra, pode-se imaginar uma grande rocha projetando sua sombra sobre as areias de um deserto sob o sol escaldante. Ali, os andarilhos poderiam se abrigar da luz e do calor do sol e ter um momento de refrigério e alívio. Refúgio é um lugar para onde se foge em meio a uma guerra ou perseguição. Fortaleza é um local onde se busca proteção e segurança em tempos de perigo e ameaça. A proteção do Altíssimo é um lugar onde podemos nos abrigar de ventos e tempestades da vida que se levantam contra nós. É um esconderijo onde podemos nos ocultar de nossos inimigos. É uma sombra onde podemos ter um momento de refrigério e alívio. Escolher o Altíssimo é estar em constante comunhão com Deus para, assim, desfrutar de abrigo, esconderijo, sombra, proteção e segurança em meio à tribulação. Note que estar com Deus não nos livra de tribulações. Aquele que confia, entrega. Aquele que entrega, descansa. Aquele que descansa, espera. Assim, Deus é abrigo para aqueles que, tendo comunhão com Ele, confiam, se entregam e descansam nele.
Na Santa Igreja, deixamos os problemas do mundo para trás a fim de nos abrigarmos à sombra das asas do Altíssimo, pois seu jugo é suave e seu peso é leve (Mt 11,30). Ao nos encontramos em frente a essa instituição divina, ficamos a um passo desse manancial de misericórdias. Colocamos, então, o véu que representa a fina distinção do ambiente de onde vimos para aquele onde adentramos.
O véu é um recolher-se de si mesmo e abrir-se à intimidade com o Senhor. É confiar e entregar tudo a Ele para que este possa majestosamente imperar sobre o nosso ser, por inteiro.

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