quinta-feira, 21 de junho de 2012

Como se vestir para ir à Santa Missa?


Tendo, sucintamente, refletido sobre a importância da Santa Missa, reflitamos, agora, a respeito da vestimenta para a Santa Missa, onde, conforme indicado pelo Catecismo da Igreja Católica (n. 1387): "A atitude corporal - gestos, roupa - há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede."
E ainda:

“A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.
O pudor protege o mistério das pessoas e de seu amor. [...] O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir. Mantém o silêncio ou certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã. Torna-se discrição.
Existe um pudor dos sentimentos, como existe o do corpo. O pudor, por exemplo, protesta contra a exploração do corpo humano em função de uma curiosidade doentia (como em certo tipo de publicidade), ou contra a solicitação de certos meios de comunicação irem longe demais à revelação de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes.
As formas revestidas pelo pudor variam de uma cultura a outra. Em toda parte, porém, ele permanece como o pressentimento de uma dignidade espiritual própria do homem. O pudor nasce pelo despertar da consciência do sujeito. Ensinar o pudor a crianças e adolescentes é despertá-los para o respeito à pessoa humana.” (Catecismo da Igreja Católica n.2521-2524).

Pergunta-se: é certo usar roupas que expõem o corpo de forma escandalosa, como decotes, shorts curtos ou blusas que mostrem a barriga? Para a Santa Missa, tais vestimentas não são adequadas. Portanto, convém que se evitem também tudo o que contraria, como afirma o Catecismo, a alegria, a solenidade e o respeito - isto é, banaliza o momento sagrado.
O bom senso nos mostra, por exemplo, que partindo do princípio da solenidade, é melhor que se use uma calça do que uma bermuda. O bom senso nos mostra também que, partindo do princípio do respeito e da não-banalização do sagrado, é melhor que se evitem roupas que chamem atenção para o corpo ou para elementos não relacionados com a Sagrada Liturgia. É melhor que uma mulher, por exemplo, utilize uma blusa com mangas; é melhor que utilize uma calça discreta, saia ou vestido; também é melhor que se utilize, por exemplo, uma camisa ou camiseta discreta do que uma camiseta de um time de futebol.
No caso da mulher, a sociedade e a mídia oferecem tendências de modas que provoquem os homens ao pecado. Porém, é de suma importância que se saiba dar o valor ao corpo que lhe é devido. “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar. [...] Quem conheceu o pensamento do Senhor, para que O possa instruir? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.” (ICor 2, 14-16).
Quando mais o corpo for encoberto de forma elegante e bela - cabe ressaltar que não se trata de impor o uso de burkas, por exemplo – mais revestida de modéstia a mulher estará, sem ser ocasião de pecado, uma vez que, quanto mais se mostra o corpo, mais se esconde a alma. Moda e modéstia devem andar de mãos dadas como duas irmãs, porque ambas as palavras têm a mesma etimologia: elas derivam do latim “modus”, significando a medida certa, e qualquer desvio em uma direção ou outra é considerada não reta, não razoável. Mas a modéstia não é algo apartado da moda.
Os diversos sinais e símbolos litúrgicos (paramentos, velas, incenso, gestos do corpo), partem da necessidade de se manifestar com sinais externos a fé católica a respeito do que acontece no Santo Sacrifício da Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é obviamente fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro.
 
A este respeito, escreveu o saudoso Beato Papa João Paulo II: "De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da Presença Real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo. [...] Numa palavra, é necessário que todo o modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros e dos fiéis seja caracterizado por um respeito extremo." (Mane Nobiscum Domine, 18)
Concluímos com as palavras de São Josemaria Escrivá em uma de suas homilias, recordando seus tempos de infância: "Lembro-me de como as pessoas se preparavam para comungar: havia esmero em arrumar bem a alma e o corpo. As melhores roupas, o cabelo bem penteado, o corpo fisicamente limpo, talvez até com um pouco de perfume. Eram delicadezas próprias de gente enamorada, de almas finas e retas, que sabiam pagar Amor com amor."
Afirma ainda: "Quando na terra se recebem pessoas investidas em autoridade, preparam-se luzes, música e vestes de gala. Para hospedarmos Cristo na nossa alma, de que maneira não devemos preparar-nos?" (Homilias sobre a Eucaristia, Ed. Quadrante)


2 comentários:

  1. Oi garota
    Diferente, seu blog...Nunca pensei em algo assim
    Vestuários para ir a igreja.
    Interessante.
    Mas na sociedade moderna,no corre corre do dia a dia, as pessoas usam um tipo de roupa para tudo. ou quase tudo.
    É importante ressaltar que devemos ter coerência e preparação para ir a igreja. Não apenas passar por ela no meio de um expediente.
    Aguardo sua visita no meu cantinho e um pequeno comentário para crescimento dos membros e visitantes.
    crisma2012matao.blogspot.com.br

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